Família está desesperada com prisão de Cátia. |
Uma baiana de 37 anos está presa na Alemanha,
segundo familiares, depois que voltou ao país para tentar entrar em
acordo com o pai do filho - ela trouxe a criança para o Brasil sem
autorização. O filho, de 6 anos, nasceu na Alemanha e a guarda
provisória da criança depois da separação do casal era do pai.
Cátia Gomes dos Santos viajou de Porto Seguro, onde
vive e trabalha como comerciante, para Frankfurt, na Alemanha. Ao
desembarcar no aeroporto, ela foi imediatamente presa, de acordo com o
irmão, José Nilton Gomes dos Santos. "Isolaram ela, levaram para outra
cidade, não deixam ela ligar. Soubemos do fato por uma amiga dela", diz.
De acordo com José Nilton, Cátia conheceu o pai do
filho em Porto Seguro e os dois se casaram por volta do ano de 2007,
vivendo em uma cidade pequena na Alemanha. Depois de um tempo, o
relacionamento se complicou e eles começaram a se desentender. A família
diz que Cátia sofria abusos físicos e psicológicos. Ela resolveu então
deixar o marido. "Depois que ela se separou dele, continuou morando lá.
Ele continuava procurando ela, ameaçando ela. Nesse meio tempo, ele
entrou na Justiça para poder ficar com a guarda da criança", explica
José Nilton.
Infeliz por viver sem o filho e preocupada com as
ameças, Cátia decidiu voltar para o Brasil. Há cerca de 7 meses, voltou
para a Bahia, trazendo a criança. "Ela não aguentava mais o sofrimento",
conta o irmão.
Cátia manteve contato com o ex-marido pela internet.
"Em contato pelo Skype ele falou para ela voltar para eles resolverem
tudo. Ele preparou uma emboscada para ela", acredita José Nilton. A
comerciante resolveu ir à Alemanha tentar um acordo com o ex, deixando a
criança com a avó em Itabela.
Cátia chegou em Frankfurt na segunda-feira (15) pela
manhã, quando foi presa. "Ela está como uma prisioneira, sendo acusada
de sequestrar o filho, não deixam ela falar com ninguém", diz o irmão. A
família está desesperada com a falta de notícias e com ajuda da
comunidade faz uma arrecadação de dinheiro para tentar enviar alguém à
Alemanha para acompanhar o caso de perto.
A Convenção de Haia, da qual o Brasil é signatário,
determina que uma criança retida de maneira ilícita em um dos países que
faz parte do acordo deve ser devolvida imediatamente para que a guarda
seja decidida no local de residência habitual da criança.
A reportagem entrou em contato com o Itamaraty que,
através de assessoria de imprensa, informou que não tem como confirmar
durante o fim de semana se está acompanhando o caso. Já no consulado
brasileiro em Frankfurt ninguém atende o telefone. Fonte: Jornal Correio da Bahia/ Foto: Arquivo Pessoal.
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