O enterro da menina Crystal, de 1 ano e 2 meses, foi marcado por comoção e revolta. As famílias da mãe e do pai da criança trocaram acusações durante a cerimônia, que aconteceu na tarde deste sábado (26), no cemitério de Inhaúma, no subúrbio do Rio.
A criança morreu na sexta (25), após sofrer um acidente de carro. O veículo caiu num rio, e ela ficou submersa por cerca de 20 minutos.
Crystal foi encontrada pelos bombeiros, que conseguiram reanimá-la. No entanto, um dia depois do acidente ela não resistiu e morreu no Hospital Miguel Couto, no Leblon, na Zona Sul do Rio. Segundo peritos do IML, o laudo com a causa da morte da menina sairá em 10 dias.
Pais passam mal em enterro
No enterro, o pai do bebê, o enfermeiro Alessandro Sabino, não falou com a imprensa. Ele passou mal e foi amparado por amigos e parentes. A mãe, Elisivane Costa, também não conseguiu conter as lágrimas e saiu do cemitério em uma Kombi da igreja que frequenta em Jacarepaguá, na Zona Oeste.
“Eu não aceito, eu quero ir com ela”, disse a mãe aos prantos ao ver o caixão da pequena Crystal. Ainda no velório, a irmã de Elisivane desmaiou e não conseguiu assistir ao enterro da sobrinha.
Segundo parentes, Crystal foi fruto de um relacionamento de três meses entre Elisivane e Alessandro. De acordo com os relatos, ele só reconheceu a menina através de um exame de DNA que comprovou a paternidade. Desde então, eles travavam uma batalha na Justiça pelo pagamento de pensão e a regularização de visitas.
Troca de acusações
A avó paterna da menina, Liziet Sabino, culpa a ex-nora pela perda da neta. Elisivane estava no carro que afundou no rio junto da filha e de outras duas pessoas. O motorista do veículo confirmou à polícia que tinha ingerido bebida alcoólica e que sua carteira de habilitação estava vencida há 8 anos. Ele foi indiciado por lesão corporal de trânsito com agravamento.
“Espero que haja a justiça de Deus para os homens. A Elisiviane está se passando de vítima e quer mudar o foco da investigação. Por que ela não ficou lá no rio procurando a filha? A vítima é quem está lá em cima”, indagou a avó.
Indiciamento do motorista
Com a morte da neta, o avô paterno, o aposentado Neocir Pavão Faria, disse que vai pedir à polícia para mudar o indiciamento do motorista para homicídio doloso, quando há intenção de matar, já que ele assumiu ter bebido cerveja antes de dirigir.
“A partir do momento em que se dirige bêbado, se assume o risco de matar. Por isso acho que a lei e as autoridades devem ser rigorosos na punição. Perdi minha neta, uma menina linda e muito alegre”, lamentou Neocir.
A mãe da menina não falou com a imprensa durante o velório. Sua mãe, a doméstica Meire Costa, rebateu as acusações da família de Alessandro, e declarou que Crystal teve todo o cuidado e a atenção de sua filha.
“Se Deus chamou é porque tinha que ir, cada um tem sua hora. Eu fui a verdadeira avó dela”, concluiu a avó materna.
Carro em alta velocidade
Testemunhas do acidente contaram aos policiais que o motorista dirigia em alta velocidade. Na delegacia, o condutor contou que, ao fazer uma ultrapassagem, foi surpreendido por outro carro. Para evitar um acidente, ele teria desviado e acabou perdendo a direção, e caído no rio. O acidente aconteceu na Estrada do Rio Morto, no Recreio dos Bandeirantes, na Zona Oeste.
O cabo do Corpo de Bombeiros Luiz Carlos Peixoto Castellar, de 33 anos, que fez o resgate da menina, disse que foi emocionante: “Foi o resgate mais importante que já fiz”, disse. A água escura tornou o trabalho dos bombeiros ainda mais dificil.
Segundo informações do G1, em 13 anos de corporação e com a experiência de 12 anos como mergulhador, o cabo Castellar contou que é raro uma vítima sobreviver nas condições em que a menina foi resgatada. Fonte: Redação CORREIO/Foto: Tássia Thum/G1.
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